quarta-feira, novembro 30, 2011

Saudades da Infância!



Saudades da Infância!

Minha saudade tem manhãs douradas,
com um sol bem grande, ainda sonolento,
se espreguiçando lá no horizonte
e já sorrindo para um novo dia;
tem passarada lá no arvoredo
belos gorjeios ao amanhecer!

Minha saudade tem gosto de manga,
cor de pitanga, cheiro de araçá,
de pão caseiro, de café com leite,
pipoca doce, bolo de fubá...

Minha saudade tem olhar perdido
num céu de nuvens brancas de algodão
a desenharem estranhas figuras
a deslizarem pela amplidão...

Minha saudade tem dias cinzentos,
tamborilar de chuva no telhado,
cheiro gostoso de terra molhada,
bolo de chuva, rosto na vidraça
na inquieta espera da volta do sol,
para poder brincar nas poças d’água,
- jogar barquinhos feitos de jornais,
e ouvir o alvoroço dos pardais....

Minha saudade tem campos floridos
tem pés brincando na água da sanga
ou saltitando entre o milharal
- tem sol poente lindo de morrer,
lanche gostoso ao anoitecer...

Minha saudade tem cama fofinha,
lindas histórias, toque de carinho,
de mãos de mãe... Tem beijo de boa noite
de “dorme bem, amor, Deus te abençoe,
e que te guarde o Anjo Protetor”
na voz mais doce que alguém pode ouvir
- e esta é a mais bela e a maior saudade
que há de me acompanhar à eternidade.

(Eloah Borda - D.A.Reservados

terça-feira, novembro 29, 2011

Devaneios


Devaneios

Rolar nos campos de tua primavera
das flores absorver perfume e cor
e, assim, meio mulher e meio flor
ser colhida por ti – ah, quem me dera!

Repousar nos teus braços – fantasia! -
despetalar carícias no teu peito,
espargir meu perfume no teu leito,
ser tua flor, mulher e poesia!

Ser teu poema vivo, o mais ousado
- um poema de amor e de loucura,
escrito entre lençóis de seda pura,
e que seja, no instante, eternizado...

- Mas são só devaneios, meu amado,
anseios de um amor que me é negado...

(Eloah Borda - D.A.Rerservados)