Poeta no cardiologista
Meu coração, doutor, não sei por que,
anda, faz tempo já, descompassado
- ora dispara qual potro indomado,
ora parece até querer parar...
Eu sei, doutor, que ele, emocionalmente,
instável sempre foi, rebelde, inquieto,
mas o que sinto agora é diferente,
e não é um mal de amor, tenho certeza
- males de amor eu muito bem conheço
e já com eles sei como lidar.
Por isso o estou deixando aos seus cuidados,
para que o possa então examinar,
buscando as causas deste desconforto,
e uma maneira de o minimizar,
porque tal descompasso já me inquieta.
Mas lhe peço, doutor, tenha cuidado
com este tão forte-frágil coração
(mesmo que não consiga compreendê-lo,
em toda a sua subjetividade)
trate-o com paciência, com desvelo,
pois não é só uma bomba muscular
a impulsionar o sangue por meu corpo
- ele é um sensível coração de poeta,
fonte de amor, de sonho e inspiração...
(Eloah Borda)
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2 comentários:
Que esse coração seja sempre muito bem cuidado e siga nesse rítmo que faz bater de modo especial os corações que o "lêem".
Adorei o poema, minha amiga.
Bjs e inté!
Corações de poeta nunca morrem
Continuam batendo em seus versos
Eternos
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