quinta-feira, junho 22, 2017



A MORTE DO SEU CLEMÊNCIO - CONTO (escrito em 1970)


Muito branco e muito rígido, ali estava Seu Clemencio, luzindo em um terno negro, mãos cruzadas sobre o peito, deitado em seu elegante caixão, também negro, com enfeites dourados. Tinha até um ar distinto, o cretino... Que diferença entre aquele rosto impassível, tranquilo, indiferente a tudo que se passava à sua volta, e o rosto do Clemencio vivo, muito vermelho e inchado pela bebida, olhos luxuriosos, boca babosa a vociferar palavrões!
A pensão (que pertencia ao ex-vivente e Dona Flor, sua esposa), estava cheia de gente. Parecia que o bairro inteiro ali se reunira, não sei bem se para prestar as últimas homenagens ao morto, ou se para comemorar o “evento” – nunca se pode adivinhar os verdadeiros motivos que levam certas pessoas a um velório, principalmente o de alguém como o Seu Clemencio. A verdade é que todos estavam com ar triste e compenetrado. Falavam em tom baixo e respeitoso, lamentando o acontecido, ou tecendo louvores póstumos ao finado.
Dona Flor, coitada, estava inconsolável, desfeita em lágrimas. Puxava os cabelos e esbravejava contra Deus, que havia levado o seu santo homem. Vendo-a em tamanho desespero, eu não podia deixar de recordar a maneira “carinhosa”, com que recebia o marido, quando este era ainda um futuro
defunto:

- “Bêbado outra vez, seu peste dos infernos! Tomara que qualquer dia um carro te passe por cima! “Cala essa boca, infeliz, ou acabo desmaiando com teu bafo! ...” “Vai curtir essa bebedeira na latrina, não vou permitir que emporcalhes meu quarto!” ... E etc., etc., etc.


Ao lado de Dona Flor, estava o Seu Antonio, como sempre, atento e dedicado... Grande amigo esse Seu Antonio, sempre presente nos momentos difíceis, consolando Dona Flor. Era tão grande sua amizade e dedicação (diziam), a ponto de deixar sua própria casa, para fazer companhia à esposa do amigo, nas noites em que este saia para suas farras, deixando só a pobre mulher. Assim, como grande amigo do defunto e da viúva, também demonstrava no ar triste e compungido, seu imenso prazer, digo, pesar.
Estavam ali mais algumas pessoas que eu conhecia mais ou menos bem. Por exemplo, o português gordo e suarento, que estava de pé, à cabeceira do caixão, com o chapéu entre as mãos, e a cara mais infeliz deste mundo – era o dono do botequim da esquina. Observando-o, fiquei a imaginar se a sua tristeza seria pelo passamento do Seu Clemência, ou por medo que a viúva se negasse a pagar o estrago que este fizera em seu bar, três dias antes, quando, embriagado, provocara uma briga, quebrando garrafas, cadeiras e os vidros de algumas janelas. O certo é que o ouvi dizer para Seu Mário, dono da farmácia, que estava ao seu lado:

- Homem bom tava aí, sim senhor... É certo que, de vez em quando, tomava seus tragos, mas afinal, quem não tem o seu viciozinho? Parecia haver esquecido completamente que, há poucos dias, chamara esse homem tão bom, com um viciozinho sem importância, de “porco beberrão”, “libertino filho da p...” Ou será que eu ouvira mal? Quanto ao Seu Mário, limitou-se a assentir com a cabeça, em muda concordância... Mas eu seria capaz de jurar que estaria pensando lá com seus botões: “Agora sim, esse porco sem-vergonha nunca mais poderá se meter a engraçadinho com minha mulher”



Outra figura digna de nota era Dona Veva, uma velhota faladeira que também vivia na pensão. Intrometia-se na vida de todos, e, várias vezes, eu a ouvira dizer coisas pouco elogiosas a respeito de seus senhorios. Ela estava sentada a um canto, beiço caído, olhos vermelhos, e fungando como se carpisse a morte de seu próprio marido, se é que algum dia tivera um. Porém, seus olhinhos pequenos, maliciosos, juntos como os de um mico, seguiam cheios de curiosidade, todos os movimentos da viúva e seu dedicado amigo...

Mas, afinal, de que morrera Seu Clemencio? Ninguém tinha certeza. Naquela madrugada, eu estava revirando meu cérebro em busca de ideias para meu novo conto, quando ouvi golpearem fortemente a porta, e logo pensei: “O bêbado perdeu a chave outra vez, ou não consegue encontrar o buraco da fechadura”. Saí, rapidamente, para abrir a porta antes que Dona Flor acordasse, pois que fossem brigar em seu próprio quarto, e não diante da porta do meu, como normalmente o faziam. Mas, pelo visto, Dona Flor também não dormia, uma vez que chegou à porta junto comigo.
Os golpes na porta continuavam, mas, a essa altura, deixei que ela mesma se encarregasse de abrir. Assim, já voltava para meu quarto, quando a ouvi gritar furiosa, para alguém que, pelo jeito, não era o seu marido:

- Que fazes aqui a esta hora, seu infeliz. Queres arrebentar minha porta?!
Voltei, então, para ver do que se tratava. Era o Tião, um vagabundo que vivia perambulando pelas redondezas. Foi logo dizendo:
- É o seu marido, dona Frô. Encontrei ele caído, lá embaixo, no meio da rua, e arrastei ele inté aqui. Acho bom chamá o doutô. O home tá mal, gelado e branco que nem difundo.
- Que mal nada! Isso é bebedeira das grossas! Mas onde diabo o meteste?! Ta aqui fora, dona, deitado na carçada. - E completou: - Dá pra oceis me ajudá a levá o home pra dentro?


– Por mim ele pode ficar aí, não vou arrastar esse traste pra dentro. – disse dona Flor, e Tião me olhou, indeciso, sem saber o que fazer. Então resolvi tentar ajudá-lo. Saí, e bastou uma olhadela para perceber que Seu Clemencio já não necessitava de nenhum médico, a não ser para lhe passar o atestado de óbito. Estava morto, e já devia fazer algumas horas – só a mente retardada do Tião poderia não percebê-lo. Com dificuldade, fomos puxando o corpo para dentro, enquanto Dona Flor, ia reclamando:

- Cretino! Passa dois dias fora de casa, na farra, e ainda gasta o “meu dinheiro” comprando roupa nova. E cara! Olhem só que traje, até parece um grã-fino! E ainda volta podre de bêbado! – continuou, enquanto o púnhamos no sofá, já com ajuda de um outro hóspede. Acercou-se um pouco mais, abriu muito os olhos e exclamou como em continuação da arenga anterior:

- E morto! Meu Deus!

Desse momento em diante, não parou mais de chorar e se lamentar. O cretino virou santo, e até se esqueceu do terno novo...

O médico que veio para passar o atestado de óbito, disse que a morte fora causada por um ataque cardíaco, o que não convenceu muito aos parentes e amigos do morto, que jamais souberam que ele sofresse do coração – fora sempre um homem muito forte, apesar da bebida.
Mas isso já não importava agora. O fato é que ele ali estava, bem morto, metido em seu terno negro, em seu elegante caixão com enfeites dourados e, talvez pela primeira vez em sua vida (ou devo dizer sua morte?), rodeado de pessoas que o mencionavam com respeito e consideração.
Não acompanhei o féretro até o cemitério, mas soube que o Seu Clemêncio foi enterrado com todas as honras devidas a um homem de bem, com últimos adeuses e até discursos.
Ao voltar, ainda chorosa, de olhos inchados, sempre acompanhada de seu fiel amigo, Dona Flor foi remexer nos seus guardados, e deles retirou um grande retrato de seu finado marido. Colocou-o sobre o armário da sala, com um vaso de flores à frente.


Depois, apesar da grande tristeza, tomou um bom prato de canja, e, despedindo-se de todos, recolheu-se ao seu quarto.
Resolvi, então, esquecer Dona Flor e seu defunto marido. Voltei para meu quarto e tentei escrever – mas as ideias me haviam abandonado por completo, e achei melhor dormir. Já passara em claro a noite anterior e, com o sono que estava, seria mesmo impossível escrever qualquer coisa que prestasse. O dia seguinte seria domingo, e eu teria muito tempo à minha disposição.

Acordei ao meio-dia. Fui tomar banho, mas outra vez não havia água. Vesti-me rapidamente e me dirigi à sala de refeições onde já estavam os outros hóspedes. Sentei e comecei a comer vorazmente – não porque a comida fosse muito boa, mas porque estava com uma fome danada. Todos comiam em absoluto silêncio, ninguém dizia palavra. Por certo imaginavam ser isso uma atitude respeitosa para com a recente viúva.
Eu sentava em uma cabeceira da mesa, de costas para a porta, e na outra, Dona Flor, que apesar de triste, parecia estar com ótimo apetite. De repente, notei que ela estava branca, de olhos arregalados, olhando em minha direção - parecia em pânico. Os outros hóspedes seguiram seu olhar, e houve gritos, desmaios, um verdadeiro pandemônio. Eu não consegui entender nada, até que olhei para trás, enquanto ouvia uma voz forte, muito minha conhecida, dizendo:
- Que diabos se passa aqui?! Parece que estão vendo um fantasma! - Confesso que quase desmaiei também. Senti um calafrio pela espinha ao deparar com o corpanzil do Seu Clemêncio obstruindo a porta, às minhas costas. Pisquei várias vezes os olhos, pensando: - “Não é possível! Fantasmas não existem! Isso deve ser uma alucinação coletiva!” – Mas a “alucinação” avançou em passos firmes e sonoros, puxou uma cadeira e sentou à mesa, gritando para Dona Flor:
- Vamos mulher! Não fica aí parada me olhando como se tivesse vendo assombração! Tenho fome. Quero comida! – e olhando à volta: - Que está acontecendo? Por que me olham assim?!


Dona Flor que, até então, estivera como que petrificada, desmaiou, estatelando-se no chão. Mas ninguém se importou com ela, nem mesmo eu. Assim como os demais, eu estava sem saber o que pensar de tudo aquilo – afinal, era a primeira vez que via um morto sair de sua tumba para vir almoçar em casa. Pude, no entanto, notar que havia uma pessoa tranqüila em meio àquela confusão – era Dona Veva. Fez o sinal da cruz, levantou e, erguendo os braços teatralmente, exclamou autoritária:
- Calma! Tenham calma todos. Eu sei como tratar desses casos. - Sua atitude era tão convincente que até o suposto fantasma, que já estava furibundo, lhe prestou atenção. Fez-se silêncio total. Então, muito compenetrada, estendeu seus raquíticos braços em direção ao Seu Clemêncio (ou ao que quer que ali estivesse), e disse em tom solene:
- Calma, meu irmão. Faz, junto comigo, uma oração, e volta ao lugar a que agora pertences.
- Escuta aqui, sua velha intrometida, - atalhou o “irmão” – no dia em que alguém me ouvir rezar qualquer coisa, podem ter certeza que estou biruta, tão biruta quanto vocês! Afinal, que palhaçada é essa?!
Mas Dona Veva, imperturbável, continuou:
- Não blasfemes irmão, Não deves usar mais essa linguagem irreverente. Já não pertences a este mundo profano!
- Mas será que isto aqui virou um manicômio?! – berrou o “irmão”, dando tamanho soco na mesa, que fez com que tombassem alguns copos. A essa altura, resolvi interferir. Mesmo que existissem fantasmas, não podiam ser tão concretos a ponto de darem socos em mesas. É certo que eu também não conseguia encontrar uma explicação lógica para o caso, mas era preciso aclarar a situação de um modo mais sensato, começando por colocar o já confuso morto a par de sua própria condição. Assim, fazendo sinal à Dona Veva para que sentasse, dirigi a palavra ao irritado ex-detento:
- Por favor, Seu Clemêncio, ouça-me com calma. Tentarei lhe explicar o motivo desta confusão.


- Bem, já era mesmo tempo de alguém me explicar que loucura é essa.
- Acontece – comecei, medindo as palavras – que, na madrugada de ontem, trouxeram um homem a esta casa... Um homem morto... Todos nós, aqui presentes, assistimos o seu velório e, posteriormente, todos, menos eu, assistiram também ao seu enterro...
- E daí? – perguntou – que tenho eu com isso, quem era esse homem?
Agora o golpe final, pensei, e logo arrematei:
- Esse homem era o senhor, Seu Clemêncio.
- Que?! – disse ele - Você também enlouqueceu? Como posso ter morrido se estou vivo?!
- É exatamente esse o problema. Nós também fazemos essa pergunta, mas ao contrário -  Como pode estar vivo se morreu? Se foi sepultado. Se há até um atestado de óbito? - Deixem-me ver isso! – disse ele incrédulo.
Pedi à Dona Flor, que já se recobrara do desmaio e escutava nossa conversa com ar patético, que trouxesse o atestado. Ela saiu feito um zumbi, depois voltou com um papel dobrado. Alcançou-o a mim com mão trêmula, e o passei ao sólido fantasma. Este o abriu, leu, e ficou em silêncio por alguns instantes. Depois disse:
- Sim, agora acredito em você e compreendo o espanto que sentiram ao me ver. Francamente, cheguei a pensar que estavam todos loucos! Mas o que fez vocês pensarem que o morto era eu? Devia estar desfigurado, irreconhecível...
- Não! – atalhou Dona Flor, com voz trêmula e esganiçada – estava perfeito, e era tu! Eu vi, todos viram! Era tu! Tu ta morto!
- Isso é impossível, mulher! Estou aqui – e bateu no peito – e estou vivo! – e se dirigiu para ela, como que para confirmar suas palavras. - Não! Não te aproximes de mim! Não me toques! – gritou a mulher completamente histérica. – Estás morto! Te sepultaram ontem, eu vi! Todos viram! Estás mor... – não pode terminar a palavra, pois teve outro chilique, sendo amparada por Dona Veva.

O homem estacou confuso. Olhou à sua volta, e a expressão estampada em todos os rostos, parecia confirmar as palavras da mulher. Estava perplexo, e foi em tom já pouco seguro que disse:

- É... é absurdo... Vocês... vocês não podem estar mesmo pensando que... estou morto... que sou um... fantasma! Vocês estão enganados... não sei como, mas estão enganados! Precisam se convencer disso! – fez uma pausa, como que esperando alguma resposta, mas todos continuaram em silêncio. Secando o suor que já começava que já começava a lhe brotar no rosto, continuou:
Eu admito que o.... outro... fosse parecido comigo. Tão parecido a ponto de vocês pensarem que era eu. Mas não era! E deve haver um modo de provar isso. Alguém deve ter esvaziado seus bolsos – é impossível que não carregasse algum documento, algo que o identificasse! Quem...
- Não, - atalhou dona Veva -  não havia nada. Eu examinei, e estavam vazios. Eu falei isso para a Flor, mas ela não deu importância ao fato.
- Agora me lembro! – disse Dona Flor, com ar patético, como que saindo de um transe – É.... e havia também o terno novo... Mas por que eu iria me preocupar com isso? Eu tinha certeza que era tu! Ou não era? ...  Pobre mulher, já não sabia mais o que pensar. Sugeri, então, que chamassem a polícia e expusessem o caso, pedindo que fosse exumado o cadáver do outro Clemêncio, a fim de se tentar esclarecer os fatos. O Clemêncio vivo acolheu minhas palavras como se fossem uma dádiva do céu.
- Como na pensei nisso?! – exclamou aliviado, vendo aí uma possibilidade de voltar ao mundo dos vivos.
Ainda que a ideia não fosse nada agradável, era a única saída. O corpo foi exumado, e lá estavam todos os que haviam participado dessa tão insólita situação.
Desta vez, o próprio Clemencio vivo empalideceu ao olhar para o Clemêncio morto. Estava atônito, sem entender como poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo – como poderia estar vivo se estava morto, ou morto se estava vivo?!
Beliscou-se, como que para convencer-se de que não era um fantasma e, pela primeira vez, vi aquele homenzarrão cambalear estando sóbrio.  



- Nunca pensei – disse – que um dia veria meu próprio cadáver! – e os olhares de todos iam, incrédulos, do morto ao vivo e do vivo ao morto.

O corpo foi levado ao IML para os trâmites necessários a uma possível identificação - impressões digitais, arcada dentária, possíveis cicatrizes de ferimentos antigos ou marcas de operações, e o que mais fosse necessário.

Uma semana depois, ficou provado que o Clemêncio morto era, na verdade, um tal de Olivério dos Santos, abastado comerciante de uma cidade do interior, que viera à capital a negócios. O fato de ter ido parar (já morto), na casa de sua duplicata, fora apenas uma dessas inexplicáveis coincidências que pensamos acontecer só na ficção. A única relação encontrada entre esses dois homens, além do fato de serem idênticos, é que haviam tido pais adotivos, desconhecendo-se seus pais biológicos. “Isso – disseram – leva-nos a admitir a possibilidade de serem irmãos gêmeos que, ficando órfãos ainda muito pequenos, tenham sido adotados por famílias diferentes, seguindo rumos distintos, e ignorando a existência um do outro”.
Isto posto, Seu Clemêncio foi finalmente readmitido no mundo dos vivos.

                                       .......................

Acordei em sobressalto, com fortes golpes na porta. Acendi a luz, olhei o relógio – quatro horas da madrugada. Em seguida ouvi a voz arrastada do Seu Clemêncio:
- Floor! Vem abrir esta maldita porta! Floor!
Em seguida, Dona Flor abrindo a porta e gritando furiosa:
- Devia te deixar mofando aí na rua, seu traste inútil! Estás tão bêbado que nem tens serventia para abrir uma porta!
- Eu não to bêbada coisa nenhuma, é esta maldita fechadura que não para no lugar!
- Cala essa boca, infeliz, nem sabes o que estás dizendo! E pensar que chorei no teu enterro... Que comprei o melhor caixão que tinha o Seu Honório! Que botei flores diante do teu retrato! Eu devia era ter dado uma festa! Soltado foguetes...  e bla, bla, bla, blá, blá...

Apaguei a luz. Virei para o outro lado, cobrindo a cabeça com o travesseiro e pensando: “ e a vida continua... Igualzinha como antes...”


Eloah Borda – 07/1970.
(D.A.Reservados).

domingo, abril 23, 2017

PORQUE TE AMEI DEMAIS!...

Ah, esta dor, que dói de um tanto que nem sei,
tem o teu nome, a tua voz, a tua imagem
que me arrebatam e me lançam na voragem
dos sentimentos e ilusões que acalentei...


Ah, esta dor, que dói de um tanto que nem sei,
qual vendaval, que tudo arrasa em sua passagem,
deixou-me assim, vazia e só – foste miragem
- tão só miragem num sonhar que acreditei.

Plena de amor, doei-me a ti (te amei demais!)
- te fiz meu céu, meu sol, a minha própria vida,
mas tudo foi tão só um sonho, nada mais...

E ora entre escombros, me pergunto, o que farei
com este doído coração, com a alma, ferida,
com esta dor, que dói de um tanto que nem sei?!...
(Eloah Borda – D.A.Reservados)