terça-feira, dezembro 08, 2009

Até quando?!



Este texto foi escrito há cinco anos...


ATÉ QUANDO?!
(Eloah Borda)

O ser humano, em sua arrogância,
de se julgar um ser privilegiado,
e acreditar-se por Deus escolhido
pra ser senhor e dono do planeta...

Esse estúpido ser que, por ganância,
e sede de poder, não tem limites
- rouba, mata, guerreia e, insanamente,
agride a natureza, assim destruindo
seu único habitat - nosso planeta -
não vê que, como um louco, está cortando
o próprio galho que o está sustentando?!...

Se a madeira dá lucro, que importa,
o devastar, e ilegalmente, as áreas,
para o bem do planeta, preservadas?

E que dizer de incêndios florestais,
de irresponsáveis queimadas, decorrentes?

E da degradação do ar, das águas,
causadas por indústrias poluentes?

E isto é somente uma pequena amostra
das grandes agressões à natureza...
Nossa Mãe Terra já está no limite,
está febril, doente, mas que importa?
As gerações futuras que se danem...

Mas o perigo está batendo à porta...

O aquecimento global está aumentando,
o degelo polar se acelerou;
a água potável já está escasseando,
o nível do mar está subindo;
o clima enlouqueceu, e o perigo,
já não se mostra, agora, tão distante...

E a humanidade segue, indiferente,
em progressão geométrica aumentando,
e a Terra devastando como praga
de gafanhotos numa plantação.

E os poderosos “donos” do planeta,
só preocupados com o próprio umbigo,
com suas contas de dinheiro sujo,
em paraísos fiscais, bem protegidas;
com suas viagens, festas e conchavos,
ou suas disputas por poder, suas guerras,
não ligam pra o que dizem os cientistas,
nem aos apelos dos ambientalistas.

Vão protelando, irresponsavelmente,
medidas sérias, drásticas, urgentes,
(que deveriam já estar vigentes),
para salvar a vida no planeta...

... mas até quando, pergunto, até quando?!...

Até ser tarde... ser tarde demais?!!


(D.A.Reservados)

Parece que estão começando a acordar... Parece...

COP 15...
POIS É, MINHA CAUTELA NÃO ERA INFUNDADA... MAIS UMA VEZ VENCEU A INSANIDADE POLÍTICA!
(19/12/2009)

segunda-feira, novembro 16, 2009

Presença


PRESENÇA

Eu sinto você em todas as coisas,
em cada objeto que você tocou...

No ar que respiro, no vento que passa
e murmura, baixinho, seu nome pra mim;
nas rosas vermelhas que você me deu
e que ainda conservo, já murchas e tristes,
sem cor nem perfume, mas com sua lembrança,
- lembrança querida que ainda as mantém,
perante os meus olhos, tão cheias de vida!

No seu travesseiro, que sempre mantenho
na cama, ao meu lado, onde sinto seu cheiro,
e imagino seu rosto – travesso, brejeiro –
sorrindo pra mim...

Nos sonhos que tenho, na música que ouço,
nos livros que leio, e até nos meus gestos,
eu vejo, eu sinto, eu vivo você!...

Amor volte logo, a saudade é demais,
e eu já não agüento ter você tão perto
e, ao mesmo tempo, tão longe de mim!

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

segunda-feira, outubro 05, 2009

Homenagem a Mercedes Sosa


Mercedes Sosa

Se fue "La Negra", la de voz más bella
que San Miguel de Tucumán nos dio
- la que se hizo la voz de su gente,
voz de su pueblo, "voz de los sin voz".

Voz que se ha erguido contra dictadores,
en tiempos de una dura represión,
cantando la aflicción y los clamores,
de los yugados por la opresión.

También cantó costumbres de su tierra,
cantó el amor, la vida, la esperanza
- emocionando nuestros corazones.

Pero se fue, se fue Mercedes Sosa,
se fue y llevó su voz maravillosa,
para en el cielo aún entonar canciones

(Eloah Borda)

domingo, setembro 27, 2009

O Mar e Eu


O MAR E EU
(Eloah Borda)

Olho o mar,
lançando-se em ondas
incessantes, incansáveis
- sempre e sempre -
de encontro ao rochedo frio,
indiferente,
como se tentasse, inutilmente,
envolvê-lo
num abissal abraço...

Também meu tolo e incansável coração
- mar de carinho, de amor, de bem-querer -
vive a lançar-se,
teimosa e inutilmente,
de encontro à pedra fria,
indiferente,
que é teu coração...

... invejo o mar
porque ele nada sente,
e, assim,
não se fere nesse embate...

(D.A.Reservados)

Veja também: Poliantéia e Nas Trilhas dos Sonetos

sexta-feira, setembro 18, 2009

Triste Realidade


TRISTE REALIDADE

A realidade é cada vez mais triste
- é tão cruel, tão dura, tão injusta,
que encará-la de frente nos assusta,
e alguns fingem não ver o mal que existe.

E não é covardia ou alienação,
mas a certeza da própria impotência,
diante da impunidade e da violência,
de um mundo em plena desagregação

- onde o dinheiro é o deus da atualidade,
que do poder se fez grande aliado
e juntos compram, nesse vil mercado,
a honra, a justiça, a fé, a dignidade...

...nesse torpe contexto só importamos,
pelos votos e lucros que geramos....

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

quinta-feira, agosto 27, 2009

Numa Tarde de Chuva


NUMA TARDE DE CHUVA

Cai uma chuva fina e sonolenta,
dessas que custam...custam...a passar,
e nesta tarde baça e friorenta,
chega até dar preguiça de pensar...

Até minha alma parece cinzenta
- cinzenta e fria... Como versejar
nesta apatia, se o que mais me tenta
é a minha cama, ali, a me chamar?...

Melhor deixar pra lá a poesia
e entre os meus cobertores ir tentar
me aquecer... dormir... talvez sonhar...

- Sonhar com um céu azul de um lindo dia,
onde entre luzes, cores - pelos ares -
revoem versos, rimas e cantares!...

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

terça-feira, agosto 18, 2009

Mea-culpa


MEA-CULPA

Quis dar contigo o derradeiro vôo,
perder-me no infinito dos teus braços
- ainda que efêmero esse vôo fosse,
e minhas asas em tua luz queimasse.

Contigo, quis viver meu “grand finale”
(nesta peça maluca que é a vida),
que inesquecível fosse, e em grande estilo,
do palco das paixões, a despedida.

Ah, como eu quis viver esse momento
de sonho, de prazer, de encantamento,
para guardá-lo na minha memória!...

Mas, em mea-culpa, agora reconheço,
te superestimei... e pago o preço:
- este decepcionante fim de história...

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

terça-feira, julho 07, 2009

Decisão


DECISÃO

Já me cansei deste caminho torto
e vou mudar o rumo dos meus passos,
juntar, colar todos os meus pedaços,
e os meus sonhos plantar num novo horto.

Com este romance que já nasceu morto
quero cortar, de vez, todos os laços
e te esquecer, buscar novos espaços,
indo atracar meu barco em outro porto.

deste insensato amor me libertar
- queimar a ponte, os rastros apagar
e até mesmo esquecer quanto te quis.

Seguir em frente sem olhar pra trás,
e deste sonho que ora se desfaz
guardar somente os poemas que te fiz.


(Eloah Borda)

domingo, junho 07, 2009

Para um Amor do Passado


PARA UM AMOR DO PASSADO...

Libertar-me deste amor,
tentei, eu juro.
Esquecer...
Ah! Como eu quis esquecer
o gosto do teu beijo,
o calor do teu abraço!
Para fugir de ti,
fiz todas as loucuras,
os mais estranhos caminhos percorri,
levando-te, no entanto,
sempre e sempre,
dentro de mim
- não sei se como um bálsamo,
ou se como o pior de todos os castigos!...

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

sábado, abril 25, 2009

Pintando o Amor



PINTANDO O AMOR
(Eloah Borda)

O amor, para mim, tem,
algumas vezes, a cor
de uns olhos ternos, castanhos,
que eu conheço muito bem,
pois é neles que eu encontro,
o luar, a luz do sol
e o brilho das estrelas.
Outras vezes é prateado,
como os cabelos grisalhos,
nos quais, os dedos deslizo,
enquanto lábios ardentes,
cheios de amor e desejo,
unem-se aos meus em um beijo.

O amor, pra mim, tem marcas,
que são as marcas do tempo
no rosto do homem que eu amo,
e eu conheço cada uma
que ali o a vida deixou.

O amor, também tem cheiro
- o seu odor é o de um corpo
que atiça os meus sentidos,
fazendo-me delirar!
E tem, desse mesmo corpo,
também a forma e o calor
- o calor que, algumas vezes,
tão somente me protege
do frio, quando me envolve
em seu abraço e me aquece;
mas outras tantas me abrasa,
me incendeia, me enlouquece.

E ainda tem, esse amor,
o som de uma voz sensual
que é música aos meus ouvidos
quando me está a falar
palavras doces de amor;
ou quando, em certos momentos,
murmura, geme, repete,
entre sons entrecortados,
coisas que não vou contar...

E já está pronto o ”quadro”,
com forma, som, cheiro e cor,
que, com pinceis de ternura
e as tintas da fantasia,
na tela do imaginário,
eu pintei, do meu amor.


Nota: este poema eu fiz há uns quatro anos, para um tópico da comunidade Poetas em Foco (orkut), cujo tema era “Pintando o amor”.

sexta-feira, abril 10, 2009

Meu vício

MEU VÍCIO

Eu tenho um vício, um grande vício eu tenho,
que adquiri quando era ainda menina,
e desde então tem sido a minha sina,
sempre com ele convivendo eu venho.

Eu nunca me livrei dele, e convenho,
também jamais tentei, porque me anima,
me inebria, me encanta, me fascina,
e é grande o prazer que dele obtenho.

Como sonhar, como expressar, sem ele,
meus devaneios, minhas fantasias,
as minhas aflições e alegrias?

O meu poetar é dependente dele,
vive a sonhar quartetos e tercetos,
deste meu vício, que é fazer sonetos...

(Eloah Borda-D.A.reservados)

segunda-feira, março 30, 2009

Estou voltando!

ESTOU VOLTANDO!

Após involuntária e longa ausência
- com o coração cheinho de saudade –
estou voltando, aos poucos, é verdade,
a esta tão gostosa convivência;

a este espaço, que é minha querência,
meu chão virtual (de sonho e realidade),
espaço de poesia, de amizade,
interação, sadia coexistência.

A minha assiduidade, infelizmente,
talvez não seja ainda, por enquanto,
a mesma de antes. Mas estou contente,

feliz em retornar - mesmo que estando
ainda um pouco “devagar”, no entanto,
o que importa é que já estou voltando!

Eloah

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Agradecimento

A0s que aqui estiveram na minha ausência, deixando votos de uma boa recuperação, meu muito obrigada.
Abraços.
Eloah


segunda-feira, janeiro 26, 2009

Elegias


ELEGIAS

Foi tanto bem-querer, tanta afeição,
tanta admiração, tanto carinho,
que o amor foi se achegando e, de mansinho,
tomou conta de mim, se fez paixão.

E, louca, eu me perdi nos teus caminhos,
e foi tanto sonhar, tanta ilusão,
e tanto o engano, a idealização,
que só vi flores onde havia espinhos....

Porém a realidade impôs-se, e enfim,
arrebatou-me o véu da fantasia
- fez-me te ver como és... Mas, mesmo assim,

meu tolo coração (que ainda é teu),
te chora em versos, compondo elegias,
saudoso da mentira em que viveu...

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

sábado, janeiro 17, 2009

Há Dias...













Há dias
de alegria pura,
dias de ternura,
plenos de luz,
em que me sinto um sol,
mesmo que chova a cântaros lá fora...
Dias
em que me sinto primavera,
toda cores, flores, céu azul
canto de pássaros,
não importa a estação
- são dias em que o amor
canta em meu coração!

Há dias
em que me sinto um tórrido verão,
mesmo que seja rigoroso inverno...
São dias quentes, intensos,
que me queimam,
devoram-me por dentro
- são fogo, são chamas,
são dias de paixão!

Há dias
de melancolia, de recolhimento,
de introspecção,
em que a tristeza me invade
e eu me sinto
paisagem outonal,
árvore desfolhada,
cercada de folhas secas
revoltas pelo vento
- minhas recordações,
momentos meus,
redemoinhando
no meu pensamento,
tão perto e, no entanto,
tão distantes...
... são meus dias de saudade...

Há dias
em que o frio
do mais duro inverno,
penetra em minha alma,
enregela o meu coração
- são dias de desencanto,
desamor, desilusão...


E há dias
bem mais duros
- tensos, pesados,
escuros -
em que sou apenas
perplexidade...
São os dias
em que não posso evitar
de olhar de frente,
cara à cara,
para esse mundo caótico
que aí está,
com suas guerras, miséria, fome,
seus crimes hediondos,
sua ganância, mentiras, corrupção,
insensibilidade...
Dias
em que eu já nem sei mais quem sou
- quem, ou o que somos todos nós,
humanos desumanos -
ficando a me perguntar,
se não serei apenas
personagem
de meus próprios pesadelos...

(Eloah Borda-D.A.Reservados)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Vida-Poesia

(Euterpe - pintura de Camile Roqueplan)

VIDA-POESIA


Nasci poesia, chorando

em versos bárbaros...longos!...

Logo aprendi a sorrir

em duplix, poetrix,

e creio, sonhei haicais...

 

Fui crescendo em setissílabos,

trovando e fazendo rimas

em quadrinhas infantis...

 

Adolesci versos livres,

cantando amor, esperanças,

- lindos sonhos cor-de-rosa!

 

E fui amadurecendo

decassilabicamente,

a sonetar ilusões,

paixões avassaladores,

alegrias e tristezas,

- amargas decepções...

 

Envelheço alexandrinos,

compondo recordações,

rimando amor com saudade,

futuro, com solidão...

 

(Eloah Borda-D.A.Reservados)


terça-feira, janeiro 06, 2009

Infância


INFÂNCIA

Infância livre
Casa na árvore
Pés no riacho
Correr na grama.
Rodar o arco
Jogar pedrinhas
Gado de osso
Na mangueirinha.

Leite fresquinho
Água de poço
Ouvir o canto
Da passarada
Galo cantando
Na madrugada.

Empoleirar-se
Em pés de lata
Ir catar ovos
Dentro da mata
Oh, não de pássaros,
Mas de galinhas
- Frangas fujonas
Fazendo ninhos
No matagal.

Frutas fresquinhas
- Peras, laranjas,
Uvas e limas
Lá no quintal...

Noite estrelada
Num céu inteiro
Até o horizonte
Para se olhar.

Dormir ouvindo
O cri-cri dos grilos
E o arvoredo
A farfalhar.

Sonhar com duendes
Bruxas malvadas
Varinha mágica,
Bichos falantes,
ogros e fadas
- Mundo encantado
Em que as crianças,
Naquele tempo,
Acreditavam.

Quanta saudade
Mágica infância
Bela e distante
Quase esquecida
Lá no passado!

Que diferente
Da infância de hoje
Numa cidade!...

(Eloah Borda-D.A.Reservados).