
PINTANDO O AMOR
(Eloah Borda)
O amor, para mim, tem,
algumas vezes, a cor
de uns olhos ternos, castanhos,
que eu conheço muito bem,
pois é neles que eu encontro,
o luar, a luz do sol
e o brilho das estrelas.
Outras vezes é prateado,
como os cabelos grisalhos,
nos quais, os dedos deslizo,
enquanto lábios ardentes,
cheios de amor e desejo,
unem-se aos meus em um beijo.
O amor, pra mim, tem marcas,
que são as marcas do tempo
no rosto do homem que eu amo,
e eu conheço cada uma
que ali o a vida deixou.
O amor, também tem cheiro
- o seu odor é o de um corpo
que atiça os meus sentidos,
fazendo-me delirar!
E tem, desse mesmo corpo,
também a forma e o calor
- o calor que, algumas vezes,
tão somente me protege
do frio, quando me envolve
em seu abraço e me aquece;
mas outras tantas me abrasa,
me incendeia, me enlouquece.
E ainda tem, esse amor,
o som de uma voz sensual
que é música aos meus ouvidos
quando me está a falar
palavras doces de amor;
ou quando, em certos momentos,
murmura, geme, repete,
entre sons entrecortados,
coisas que não vou contar...
E já está pronto o ”quadro”,
com forma, som, cheiro e cor,
que, com pinceis de ternura
e as tintas da fantasia,
na tela do imaginário,
eu pintei, do meu amor.
Nota: este poema eu fiz há uns quatro anos, para um tópico da comunidade Poetas em Foco (orkut), cujo tema era “Pintando o amor”.