Minha saudade tem manhãs douradas, com um sol bem grande, ainda sonolento, se espreguiçando lá no horizonte e já sorrindo para um novo dia; tem passarada lá no arvoredo belos gorjeios ao amanhecer!
Minha saudade tem gosto de manga, cor de pitanga, cheiro de araçá, de pão caseiro, de café com leite, pipoca doce, bolo de fubá...
Minha saudade tem olhar perdido num céu de nuvens brancas de algodão a desenharem estranhas figuras a deslizarem pela amplidão...
Minha saudade tem dias cinzentos, tamborilar de chuva no telhado, cheiro gostoso de terra molhada, bolo de chuva, rosto na vidraça na inquieta espera da volta do sol, para poder brincar nas poças d’água, - jogar barquinhos feitos de jornais, e ouvir o alvoroço dos pardais....
Minha saudade tem campos floridos tem pés brincando na água da sanga ou saltitando entre o milharal - tem sol poente lindo de morrer, lanche gostoso ao anoitecer...
Minha saudade tem cama fofinha, lindas histórias, toque de carinho, de mãos de mãe... Tem beijo de boa noite de “dorme bem, amor, Deus te abençoe, e que te guarde o Anjo Protetor” na voz mais doce que alguém pode ouvir - e esta é a mais bela e a maior saudade que há de me acompanhar à eternidade.
Mais nada sei de ti... Somente sei desta saudade minha – doce, amiga - que é uma saudade tua, e tão antiga, que até com ela já me acostumei.
É uma saudade boa, suave, mansa, que me acompanha sempre, branda e calma; já fez seu ninho dentro de minha alma que, de lembrar de ti, jamais se cansa.
Serena dor que, resignada, aceito pois preenche o vazio de tua ausência, como se fora a tua própria essência, aconchegada dentro do meu peito.
... se é estar longe de ti, minha verdade, que estejas tu em mim, nesta saudade...
No vazio
de teu longo e incompreensível silêncio,
onde perambulam, qual fantasmas,
minhas interrogações,
minhas perguntas sem respostas,
e esta doída saudade,
em vão,
tento visualizar teu rosto do passado,
mas não consigo mais fixar
a imagem fugidia,
sobre a qual se sobrepõe
um esboço de rosto,
sem forma, sem detalhes,
um ícone apenas,
impessoal, vazio...
E se tento reencontrar-te,
se insisto em te buscar,
só encontro a mim mesma
a procurar-te...
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"O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente"...
(Fernando Pessoa)
Quem me dera encontrar o verso puro, /O verso altivo e forte, estranho e duro, /Que dissesse a chorar isto que sinto!" (Florbela Espanca do soneto "Tortura")
Sou minhas esperanças e minhas frustrações... Sou minhas saudades, e minhas lembranças...
Sou realidade... Sou fantasia... Sou pranto... Sou alegria... Fracassos... Realizações...
Sou razão e coração, maturidade e adolescência; sou bom senso e sou paixão; equilíbrio, insensatez, e, as vezes, também criança!
Sou transformação constante, sou caminho, sou procura, sou ânsia de conhecer, de saber cada vez mais pra ver se um dia descubro quem, realmente, sou eu.
(Eloah Borda - D.A.Reservados)
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Na gaiola - poetrix
Do pássaro preso, as asas tristes, sonham amplidão.
(Eloah Borda - D.A. reservados)
Divagando - poetrix
na varanda olho o céu sonho estrelas...
(Eloah Borda - D.A.Reservados)
Em ruínas - poetrix
meu castelo de sonhos onde habitavas jaz...
(Eloah Borda – D.A.Reservados)
Brincadeirinha filosófica...
Eu sou, logo existo, se sei que existo, eu penso, "se penso, logo existo" e se existo, eu sou, e se sou, logo existo... Heureca! Já sei!... - Sou um círculo vicioso!